Eu morri...
No dia em que te conheci eu morri.
Morri para a vida da forma como a conhecia,
E renasci, pois o que pensava ser fogo era
Uma modesta chama, languida como a de
Um resto de vela brigando contra o vento
Que teimava em apagar-lhe.
O que chamava de luz era um fraco crepúsculo
Em dia nublado de um meio de outono
cinza e monótono...
o calor? não conhecia, pois que os ventos do
leste sopravam sempre em minha direção
como a desrespeitar todas as leis da física...
Os palhaços eram ridículos homens fantasiados
Em trapos fedidos, pipoca e algodão doce eram
Só complemento de renda em circos sujos e
Sem graça...
Sorrisos eram mascaras ostentadas por hipócritas
Que insistiam em fingir falsa felicidade.
Minha única alegria era embriagar-me e dormir,
Por horas, na sempre constante fuga de uma vida
Que insistia em arrastar-se pelos esgotos de uma
Sociedade maldita.
Então como um milagre fez-se a luz, foste tu que
A trouxeste refletida em teus olhos, em teu sorriso
Franco... Sim !
Pela primeira vez eu via um sorriso verdadeiro,
Puro como a criação, e então se fez primavera em
Minha vida, e a vida que me mostravas era cheia de
Cores e perfume e sabores dantes nunca por mim
Experimentando...
E nesse dia eu morri,
para renascer do ventre de teu Amor,
sim foste tu quem me pariu para
viver comigo Esse abençoado encesto.
E eu um Édipo filho do amor, te adoro como Jocasta
Alguma foi adorada...
E agora ressuscitado tenho medo de morrer...
terça-feira, 22 de dezembro de 2009
À hora do amor
Afaga-me com tua luz,
Aquece-me com teu calor.
Meu instinto me conduz,
Me eleva ao teu fervor.
Prenda-me como um bicho
Ou seduza-me com doçura.
Não me cobres compromisso,
Mas leva-me a loucura.
Desnude-se de preconceitos,
Realize tuas fantasias.
Explore os meus trejeitos,
Saiamos desta afasia.
São corpos nus que se entregam,
Lancinantes sem puritanismo.
Em dança de puro erotismo.
Animais febris que se esfregam,
Hormônios lançados ao ar,
Cheiros e multi-sabores.
Tomemos pois u’a atitude,
Variações do verbo amar,
Nossos corpos demandam desejo,
Perda total de pudores.
O amor na plenitude.
É chegado o nosso ensejo.
Aquece-me com teu calor.
Meu instinto me conduz,
Me eleva ao teu fervor.
Prenda-me como um bicho
Ou seduza-me com doçura.
Não me cobres compromisso,
Mas leva-me a loucura.
Desnude-se de preconceitos,
Realize tuas fantasias.
Explore os meus trejeitos,
Saiamos desta afasia.
São corpos nus que se entregam,
Lancinantes sem puritanismo.
Em dança de puro erotismo.
Animais febris que se esfregam,
Hormônios lançados ao ar,
Cheiros e multi-sabores.
Tomemos pois u’a atitude,
Variações do verbo amar,
Nossos corpos demandam desejo,
Perda total de pudores.
O amor na plenitude.
É chegado o nosso ensejo.
À flor da pel
Fogo na pele,
Pele em flor!
Flor que fere,
Fogo de amor!
Flor da pele,
Pele em cor.
É pleno ardor!
Pele a pele
Flor impele
Dor de amor.
Dor que fere
A flor do amor!
Pele pede,
Aflora em flor.
Mela a pele,
Doce amor!
À flor da pele,
Trêmulo fervor!
À flor da pele,
Atração em furor!
Paixão elevada,
Rasgada em ardor!
Pele indomada,
Fervente de amor!
Para Você
Para Você
Posso escrever os versos mais tristes esta noite
Escrever por exemplo:
A noite está fria e triste, azuis,
os astros à distância
Gira o vento da noite pelo céu e canta
Posso escrever os versos
mais tristes esta noite
Eu a quiz e por vezes ela também me quiz
Em noites como esta,
apertei-a em meus braços
Beijei-a tantas vezes sob o céu infinito
Ela me quiz e as vezes
eu também a queria
Como não ter amado
eus grandes olhos fixos ?
Posso escrever os versos
mais lindos esta noite
Pensar que não a tenho
Sentir que já a perdi
Ouvir a noite imensa
mais profunda sem ela
E cai o verso na alma
como orvalho no trigo
Que importa se não pode
o meu amor guardá-la ?
A noite está estrelada
e ela não está comigo
Isso é tudo.
meus Olhos
Quisera que meus olhos fossem duros e frios
e que ferissem dentro do coração
e que nada expressassem dos meus sonhos vazios,
fosse esperança ou ilusão.
Indecifrável sempre a todos os profanos
do fundo e suave azul da tranqüila safira,
incapazes de ver os pesares humanos
ou a alegria de viver.
No entanto estes meus olhos são cândidos e tristes,
não como eu os desejo nem como devem ser.
É que estes olhos meus é o coração que os veste
e seu desgosto fá-lo ver.
Pablo Neruda
Quero saber
Quero saber se você vem comigo
a não andar e não falar,
quero saber se ao fim alcançaremos
a incomunicação; por fim
ir com alguém a ver o ar puro,
a luz listrada do mar de cada dia
ou um objeto terrestre
e não ter nada que trocar
por fim, não introduzir mercadorias
como o faziam os colonizadores
trocando baralhinhos por silêncio.
Pago eu aqui por teu silêncio.
De acordo, eu te dou o meu
com uma condição:
não nos compreender
Pablo Neruda
Amo-te
AMO-TE
"Amo-te
como a planta que não floriu
e tem dentro de si,
escondida, a luz das flores,
e, graças ao teu amor,
vive obscuro em meu corpo
o denso aroma que subiu da terra.
Amo-te sem saber como,
nem quando, nem onde,
amo-te diretamente
sem problemas nem orgulho:
amo-te assim porque não sei amar
de outra maneira
a não ser deste modo
em que nem eu sou nem tu és,
tão perto que a tua mão
no meu peito é minha,
tão perto que os teus olhos
se fecham com meu sono."
Pablo Neruda
"Amo-te
como a planta que não floriu
e tem dentro de si,
escondida, a luz das flores,
e, graças ao teu amor,
vive obscuro em meu corpo
o denso aroma que subiu da terra.
Amo-te sem saber como,
nem quando, nem onde,
amo-te diretamente
sem problemas nem orgulho:
amo-te assim porque não sei amar
de outra maneira
a não ser deste modo
em que nem eu sou nem tu és,
tão perto que a tua mão
no meu peito é minha,
tão perto que os teus olhos
se fecham com meu sono."
Pablo Neruda
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